19/05/2009
Cotidiano
Marco Santana
A ligação seca entre Santos e Guarujá, que substituirá a atual travessia feita por balsas, será realizada por uma ponte estaiada com 2,8 quilômetros de extensão e altura de 70 metros. Assim, a possibilidade de se fazer um túnel sob o canal do estuário está completamente descartada. O anúncio foi feito nesta terça-feira (19) pelo secretário estadual de Transportes, Mauro Arce, após reunião com os prefeitos de Santos, João Paulo Tavares Papa, e Guarujá, Maria Antonieta de Brito. O ponte não será usada para transporte de cargas. Arce anunciou que a obra, que tem um custo estimado de R$ 500 milhões, será viabilizada por meio de uma PPP (Parceria Público-Privada): o setor privado arcará com parte da obra, em troca do direito de explorar o pedágio da ponte durante 30 anos, cuja tarifa seria, no máximo, igual à cobrada hoje na travessia por balsas (R$ 7,50). O secretário informou que o Governo do Estado completará os recursos necessários para a obra, mas não detalhou o montante. Mauro Arce revelou que o próximo passo é a contratação de uma empresa para realizar o projeto básico da ponte, que deve ficar pronto até o final do ano. “Com este projeto concluído, vamos fazer a licitação e em seguida começar as obras”, declarou. Segundo ele, a construção da ponte deve demorar 30 meses. O secretário afirmou que a ponte não será usada para fazer a ligação entre as duas margens do porto, para o transporte de cargas. Segundo ele, o objetivo é substituir a atual travessia por balsas, serviço que será extinto assim que a ponte entrar em funcionamento. “Esta ligação é um compromisso assumido pelo governador Serra”. Em janeiro, durante a inauguração do parque público na plataforma do emissário submarino, José Serra havia anunciado a construção de um túnel sob o canal do estuário, ligando Santos e Guarujá. O secretário de Transportes explicou que a idéia foi descartada por questões técnicas. “O túnel se tornou inviável nas duas modalidades estudadas em função dos custos e prazos envolvidos. Um túnel pré-moldado ou feito por meio de escavações na rocha seria difícil, porque será no canal do Porto e o Porto não pode parar”.
O prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa, se mostrou satisfeito com a solução apresentada. “A ponte estaiada resolve um problema histórico”, declarou. “Mas vou continuar defendendo que o porto tenha uma ligação seca entra as duas margens”, completou.
A prefeita de Guarujá, Maria Antonieta de Brito, explicou que todas as etapas da construção terão a participação da comunidade. “Vamos ouvir a população e ouvir sugestões. Também é preciso saber qual será o uso dos espaços hoje ocupada pelo sistema de balsas que será desativado”.
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